15 de dezembro de 2005

Imagens do dia

# Homem gritando, mostrando primeiro as canelas, depois os pés. A platéia assistia calada, com os vidros fechados. O único ser que participava era o cachorro que o acompanhava, latindo um lamento.
# Sala de estar: sofá, tapete, quadro do timão. À beira de um córrego. Há alguns dias ela não é ocupada.
# Farol, conjunto de prédios. Observando duas varandas de 1x1 m2:
*Varanda número 1: O que há de mais cruel que um São Bernardo, num calor de 28 graus, preso numa varanda menor que ele, na tentativa de alcançar seu rabo? Era impossível rodar...
*Varanda número 2: Um homem, 30 e alguns anos, de camiseta azul, mexendo em um vaso. Segundos depois, uma menininha, 2 e poucos anos, de calça rosa pink, vem atrás dele. Eles conversam. Ele entra. Ela olha ao seu redor, se vê sozinha e, com um impulso, sobe o degrau e vai atrás dele. Suas perninhas foram tão urgentes... Essa foi a imagem do dia.

1 de dezembro de 2005

Listas

Professora, cozinheira, dentista, desenhista, escritora, farmacêutica, química, astrônoma, escritora, médica, cineasta, musicista, matemática, nadadora, botânica, barista.
Católica, espírita, budista, n. d. a.
Discos do Menudo, o começo da mtv e as conversas ao telefone quando eu ligava pra votar no New Kids on the Block [ué, todo mundo tem um passado que o condena!]; Rick Astley ["never gonna give/ never gonna give/ give you up", rs]; decifrar o significado da música "eu fui da mamãe/ fui dar um serão extra..." aos 26 anos [hahaha!]; descobrir o jazz sozinha e gostar do Frank Sinatra; letras de música românticas, ingênuas e que falem do cotidiano; George Gershwin, Cole Porter, Tom Jobim, Vinícius e Nando Reis.
Chuva de granizo seguida de arco-íris; cheiro de terra molhada; cheiro de grama cortada; jaboticabeira, amoreira, pitangueira; mês de novembro para comer ingá; leite de vaca tirado na hora com açúcar e canela; verão na piscina da tia ou do prédio; usar calça de moletom sem se achar feia e nem sequer cogitar a hipótese de vestir uma calça jeans; o céu estrelado e Vênus se sobressaindo; caça aos vaga-lumes; lagartas virando borboletas; morangos silvestres.
Sair do cinema: sorrindo, chorando, pensando; não conseguir sair do cinema: sair de si. Filmes de arte, dos mais delicados aos mais pesados; comédias românticas das mais óbvias às mais óbvias, mas que sempre mantêm a esperança [já que a vida não deixa de ser um clichê]; filmes de ação pra matar o tempo; suspenses pra matar de susto; terror pra não dormir à noite.
Danças com os meninos nos bailinhos da escola; menos timidez e mais namorados; amores intensos, verdadeiros ou falsos; frios na barriga e terremotos internos; cara-de-pau; ter beijado o Teco** pra não ficar pensando a vida inteira como teria sido; ter beijado outras pessoas também; namorados mais românticos; receber flores de meninos [amigas, valeu pela intenção! :o)]; mais gentilezas e menos brutalidade.
Álbuns de fotos organizados e bonitos; mais fotos; os amigos e as amigas da infância, adolescência e de agora, todos juntos; inimigos explícitos; faro-fino pra não entrar em furadas; entrar em furadas e sair delas com arranhões; menos arranhões e mais carinho [tem hora que cansa...]; menos paciência e também menos ansiedade; mais contradições; menos insegurança; derrubada do muro de Herlim [rs, essa foi fraca...]; perceber o coração aberto, com a porta escancarada.
**[esclarecimento da ambigüidade: nunca o beijei; foi meu amor platônico da adolescência e isso a gente nunca esquece! ;o)]
***
Música linda quando cantada por Chet Baker.
"There are those who can leave love or take it / Love to them is just what they make it / I wish that I were the same / But love is my fav'rite game.../ I fall in love too easily / I fall in love too fast / I fall in love too terribly hard / For love to ever last / My heart should be well-schooled / 'Cause I've been fooled in the past / And still I fall in love too easily / I fall in love too fast"
[:o)!!!!]

25 de novembro de 2005

lero-lero

LI o livro do Cacaso, Lero-lero. Uma beleza, de verdade. Um tom de ternura e esperança colore todos os poemas, apesar de às vezes ser preciso um certo otimismo pra enxergá-lo.
UM poema de um livro de 1978, olhem só:
Relógio quebrado [para Helô]
Não sei parar na hora
Certa
[RS] Existe a tal dessa hora?
E para todos, amigas e amigos, deixo alguns poemas que me fizeram lembrar de vocês e de mim e até mesmo de quem eu não conheço.
Happy end
O meu amor e eu
nascemos um pro outro
agora só falta quem nos apresente
Estilos trocados
Meu futuro amor passeia – literalmente – nos
píncaros daquela nuvem.
Mas na hora de levar o tombo adivinha quem cai.
Fotonovela
Quando você quis eu não quis
Qdo eu quis você ñ quis
Pensando mal quase q fui
Feliz
Constatando
era verdade
os urubus passeiam mesmo entre
os girassóis

14 de novembro de 2005

"Meu maior defeito é a esperança"

E a Clarice Lispector quase sempre tem razão.
MEU inferno astral se adiantou em um mês, sem aviso-prévio.
HOUVE pessoas, combinadas com algumas situações, que despertaram o meu pior. Confissão importante para a evolução do meu ser: me utilizei de alguns palavrões que faziam parte do meu vocabulário secreto e, vejam bem, a pessoa nem se ofendeu, eu é que me ofendi por ela. Percebi até um certo orgulho [da referida pessoa] em me ouvir proferindo lindas qualidades ou caminhos tortuosos a serem percorridos. [Já é muito normal ofender com palavrões...]
E DEPOIS tive que ouvir que eu não sei lidar com o meu lado Darth Vader. Olha, vai se f#@&*%! Hahahaha! E duvido que essa pessoa algum dia tenha assistido ao Star Wars, duvido!
BOM, este post serve para eu me desculpar aos amigos pela minha ausência, falta de assunto e paciência. Daqui a poucos dias, o E.T. que se apossou de minha carcaça vai voltar pra casa dele e eu estarei de volta, versão melhorada de mim, livre de bugs.
E ESSA é a proclamação da minha república, muito mais liberal! [se é que você me entende, rs]

3 de novembro de 2005

Elementar

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ADOREI, por isso divido com vocês a HQ que o Glauco, dono do blog Dois pontos e dois traços [que eu adoro e que está linkado aí do lado], desenhou da história do velhinho malandro [rs].



[[Glauco, era pra ficar assim mesmo? Obrigada pela ajuda, hehe. Bjo!]]

20 de outubro de 2005

E era assim...

ACHAVA sempre que ela cairia em sua conversa fiada, pois sua ingenuidade ainda era pueril. Nada pode mudar de uma hora pra outra. Até que um dia, ela levantou: o pé direito, o esquerdo, coluna alinhada, a cabeça erguida. E ele se espantou em vê-la bem, sem ele.
ENTÃO começou com uma ladainha – não a emocionou. Depois veio uma cantiga – não teve resposta. Foi a vez do sermão – não acertou o alvo. Um dia lembrou de seu ar maternal – vou falar que quero morrer, a morte é o único meio para atingir o fim. E ela caiu, de patinhas. Sua queda foi para ele uma espécie de elixir revigorante, estava disponível a todos, se sentia vivo. Para ela, se vestiu de caixão cor-de-rosa com verdes funebrilhos e se fez de morto, se disse encantado.
O tombo foi feio, mas ela se levantou: o pé direito, o esquerdo, a coluna ereta e começou a caminhar. Agora já conhece todos os seus truques, suas mentiras. O encanto acabou.

19 de outubro de 2005

TEM coisas que a gente acha que nunca vai acontecer com a gente. Relato aqui um diálogo entre mim e um senhor na Rua 13 de maio, às 7h00 da manhã.
ELE: "Bom dia, vamos atravessar a rua juntos?"
EU: "Claro! O senhor quer ajuda?"
ELE: "Sim, esse lugar é um pouco perigoso para atravessar sozinho. As pessoas viram aqui como umas loucas, né?"
EU: "É verdade! Então vamos."
[E ele pegou no meu braço]
ELE: "Onde você mora?"
EU: "Ih, eu moro longe, no Morumbi!"
ELE: "E o que você veio fazer aqui?"
EU: "Trabalhar."
ELE: "Ah, que bom. Olha, eu moro logo ali, do lado do prédio que você trabalha. Quer conhecer o meu apartamento?"
EU: "Ahn?!" [com cara de poucos amigos]
ELE: "Calma, eu moro sozinho!"
EU [com a mesma cara de poucos amigos e nem um pouco calma]: "Não, muito obrigada!"
ELE: "Mas eu só quero te ajudar, de verdade! Se você quiser comer ou até mesmo dormir na minha casa, não tem problema! Você tem idade para ser minha filha [neta]! Na verdade, eu tenho uma filha [neta] da sua idade!"
EU: "Muito obrigada pela atenção, preocupação e generosidade, mas preciso entrar."
ELE: "Se precisar de alguma coisa, moro no 42. Meu nome é Sherlock, e o seu?" [com um aperto de mão]
EU: "Watson. Bom dia pro senhor."
ELE: "Pra você também, Watson!"
[Essa história é totalmente verídica. :) pra não :*]
PRIMEIRO os ipês amarelos. Tapetes de flores cobriam o caminho durante toda a primavera. Caminhos dourados, que logo foram se tornando marrons. Oxidaram.
AGORA os ipês roxos. Como postes, a cada 25 metros da cidade. Releitura do velho caminho, sem lacunas. Contramão dos sentidos, sensações, sentimentos. Não mudam de cor: se decompõem.

16 de outubro de 2005

Sobre o ser intelectual [moderno]

ALGUMAS constatações sobre a intelectualidade [moderna]:
1) Cachorro? Que cachorro que nada! Gatos, gatos e mais gatos! O melhor amigo dos intelectuais é o gato.
Porque: Cachorros são muito carentes e querem sempre chamar atenção. A luta de egos se torna grande demais.
2) Baladas. Você achava que baladas pertenciam ao universo patriciniano e mauriciano. Ledo engano. Detalhe importante: não são quaisquer baladas. São aquelas regadas a vísqui, música eletrônica e drogas alternativas; não por gosto, mas por ser cool. Ou um revival anos 80, num lugar bem out: nada melhor para lembrar do quão simples um dia foram. Luxo total!
Porque: A música eletrônica misturada com bebida e às vezes com outra coisa fazem com que se tenha uma experiência diferente de esquecimento do eu. Isso já foi feito com absinto e papoula em épocas remotas [rs]. Quer mais in que um revival?
3) Botecos. O ambiente do boteco é cool por si só: baratas, poeira e, se bobear, um ratinho cinza ou uma ratazana. O garçon já é seu maior confidente e o ovo rosa sua melhor refeição.
Porque: Ótimo ambiente para sentir que os grandes pensamentos [e pensadores] podem sobreviver neste mundo simples. Garante uma levantada no ego e histórias de dor de barriga [ou sobrevivência].
4) Tosco. O adjetivo que o intelectual mais usa é tosco. Mas só para qualificar o próximo.
Porque: Deve haver uma sonoridade especial nesta palavra. Não há qualidade mais vil que esta.
5) Depressão. Primeiro foi a tuberculose, que parecia atacar somente os intelectuais, mas na verdade tinha neles seu alvo mais evidenciado. Neste século, a depressão ataca dez entre dez intelectuais. Não há doença mais moderna.
Porque: Se não há depressão, não há consciência do mundo, nem de si. Ou seja: condição sine qua non para ser um ser humano pensante.
BRINCADEIRAS à parte, não é fácil ser intelectual [e moderno].

21 de setembro de 2005

No meio-tempo

FORAM embora as grades da janela: 20 linhas verticais cortadas, simetricamente, por um cilindro horizontal. Liberdade do mundo interno, agora integrado ao mundo e a todo mundo. O fim da ordem, a visita ao caos, ao humano, à vida.

14 de setembro de 2005

Cinema, oba!

PESSOAS queridas:
ESQUECI de avisá-las de uma sessão de cinema promovida pela Aliança Francesa, que acontecerá domingo, às 9h30 [da manhã], no Cineclube Vitrine [antigo Directv, na Galeria Vitrine. vocês podem entrar ou pela Rua Augusta ou pela Haddok Lobo; fica entre a Estados Unidos e a Tietê. tá confuso isso, né? :o)].
CINEMA francês contemporâneo e um café da manhã antes do dito cujo. É sempre muito divertido! Se o filme não for lá grandes coisas, o café é bom! Estarei, certamente, lá! Preparem-se para fazer a escolha de Sofia, pois, de dois filmes, vocês só poderão ver um :o(!
VIVE le cinéma! Vive le café pour se réveiller! [rs] Maiores combinações por e-mail! Bisous!

Falta pouco...

O ANO já está quase acabando. Faltam menos de 3 meses para o meu aniversário. [do Anônimo também...] Faço, então, um pré-balanço [totalmente subjetivo] deste ano, levando em conta a série de aprendizados que abstraí dos cursos que freqüentei [todos eles relatados em post anterior] e as muitas coisas que espero que ainda aconteçam nesse finalzinho de tempo.
[] Sabem aqueles malucos que entram na sua vida sem pedir licença, você os recebe de braços abertos e, num belo dia, percebe que eles acham que tomam conta da sua vida? [e tomaram mesmo!] Ponto positivo para mim: mandei todos plantarem coquinho no meio da estrada [ok, ok, ok! meu vocabulário pesado não consegue entrar em ação...]

[] O mundo virtual, um dia tão puro e inocente para os meus olhos, virou uma capa de invisibilidade à la Harry Potter para os mais covardes. Ponto negativo para a banalização dos sentimentos; para o fim de relacionamentos via msn [para quem achava que terminar por telefone era a pior coisa que poderia acontecer...]; para o moderno jogo Detetive! [três vivas para o Cel. Mostarda, na biblioteca, com o candelabro! "Viva! Viva! Viva!"]

[] Tudo tem um lado bom e outro ruim, é claro. O mundo virtual me apresentou e fez com que eu tivesse notícias de muita gente legal. Além disso, ele faz eu me mostrar de uma maneira que só quem me conhece mesmo conhecia. Ponto positivo para os analistas de sistemas, programadores e etc.! [Anônimo, cpf por e-mail, por favor! rs]

[] Ponto positivo para o aprendizado contínuo e diário! Descobertas interiores; mudança de hábitos; faxina na vida.

[] Ponto positivo para a coragem de mudar, mesmo que o processo seja feito com a ajuda de um conta-gotas.

[] Yoga e meditação, incensos e cristais: unidos venceremos! [rs]

[]... MUITAS coisas para pôr na balança! Vou completando esse post aos poucos, o trabalho me espera!

[[Campanha "Quem é o Anônimo" entra em ação hoje. Se você é tão curiosa(o) quanto eu, escreva um apelo nos comments para que esta pessoa tão legal e inteligente se sensibilize e compartilhe sua verdadeira identidade conosco, hehehe!]]

[[[Anônimo, recebo em média 3 e-mails por dia de pessoas que me perguntam quem é você! Ajude-me a mudar as respostas, estão muito negativas! Hahaha! ;o)]]]

31 de agosto de 2005

Shiiiiiiuuuuu!...

O QUE a gente faz quando falta assunto? Silêncio? [rs] Eu vou quebrar com esse silêncio desconfortável fazendo um Top 5 de músicos [e uma banda] que estou ouvindo e que deixam meu dia mais feliz.
NÚMERO 1 [categoria pra sempre vou te amar]: Nando Reis, todos os discos, todas as músicas.
NÚMERO 2 [categoria sou blues, mas sou feliz]: B.B. King, Deuces Wild.
NÚMERO 3 [categoria punk é a minha vida]: The Cure, Staring at the sea ["The Caterpillar"].
NÚMERO 4 [categoria melancolia romântica classe AAA]: Chet Baker, The best of Chet Baker sings.
NÚMERO 5 [categoria eterno]: Tom Jobim, Antonio Carlos Jobim em Minas ao vivo, piano e voz. [[esse disco dá arrepio na espinha de tão bom!]]
PESSOAL, como assunto é algo raro no mercado essa semana, acho que só volto semana que vem... Mas deixo aqui uma pergunta: por que tem vezes que queremos preencher o silêncio? Seria ele o vazio de energia [ou massa?] sonora? Hahaha! É melhor ler isso que ser cego! Well, pelo bem do próximo e pelo pleno seguimento das leis cristãs, vou ficar quieta... [mas só um pouquinho, rsx10] Bons dias pra vocês! Inté!

26 de agosto de 2005

Observações

DA minha janela vejo:

* São Paulo: sul, oeste e variações. Mar de prédios, árvores perdidas, nuvem de poluição.
*Relógio do Conjunto Nacional: Itaú15:58.
*Hipnotizante símbolo do Terra: roda, roda, roda, roda, roda... dia e noite.
*Um, dois, três... URUBUS!... Um, dois, três, quatro... FILHOTINHOS DE URUBUS!... Voando, voando, voando... em círculos, círculos, círculos... [mesmo filhotinhos, são feios pra chuchu!]
[analogia: urubu - morte - decomposição. um deles pousou numa varanda...]

...MELHOR voltar ao trabalho...

25 de agosto de 2005

Expressos maktub

Glup 1:
COINCIDÊNCIAS, ou não, esses tempos estão permeados delas. Às vezes me assusto com os acontecimentos que eu, de certa forma, intuo. [Selminha, a barraquinha continua nos meus planos!] Lembram que falei do professor de Yoga, o sr. Shimada? Lembram que falei que minha cabeça funciona a duzentos por hora e que preciso meditar para desacelerar e focar? Lembram que eu falei de coincidências? Pois é! Eu, que estava numa fase revolts com orkut, msn e afins, me sentindo muito exposta, comprei hoje a revista Bons Fluidos [não sei por que espero o fim do mês chegar para comprar as revistas do respectivo...] e vi lá detalhes tão pequenos de minha vida, impressos e nas bancas de todo o Brasil. [rs] Meus amigos e minhas amigas: até um comentário que fiz sábado ao meu professor! Brincando, disse que a tendência é buscarmos cada vez mais referências no passado, que o mundo está nostálgico e o design não vai conseguir fugir disso... [sério, estou boquiaberta! tem uma matéria sobre isso lá!] Tem também fotinho do prof. Shimada! Tem previsão para o segundo semestre e já está acontecendo tudo! Maktub, está escrito! [rsx10]
Glup 2:
PENSANDO que eu ainda quero ser Fellini quando crescer e zapeando os canais da TV, parei no "Film & Arts" e vi [da metade ao fim] o documentário sobre um fotógrafo, William Claxton, e também quero ser ele quando crescer. [[http://www.williamclaxton.com/movie.html[Mon ami, você vai adorar! Sua foto do msn tem tudo a ver com o que ele faz: fotografa o músico enquanto ele toca, para captar o espírito da música e do músico, hein? rs]] Ele fotografou os maiores nomes do jazz e, acreditem, isso não é o melhor! Para fotografá-los ele era obrigado a ir a todas as apresentações, gravações de discos, etc., para fazer as fotos! Imagina, gente! Aquelas fotos famosas do Chet Baker: ele que as fez! As melhores da Billie Holiday: ele também! Hoje liguei a TV e pensei nele; pasmem: estava começando a passar o mesmo documentário! Vi do começo à metade, genial! Em um certo momento, ele estava no escritório do Helmut Newton e eu pensei: não quero ser o Helmut Newton quando crescer; ele é muito frio, sarcástico, seco. O Claxton se envolve com o que fotografa, faz amigos, é sensível, capta a essência, ouve música em tudo. Minutos depois os dois fizeram esses mesmos comentários! [Isso não foi coincidência, mas foi bacana, vai?! rs]
Glup 3:
SEM mais no momento, agradeço-lhes a paciência para com a leitura deste meu post. Enquanto ser humano, confesso que estou cansada, prolixa e um pouco abestada... [seja lá o que isso quer dizer!] Aguardo ansiosamente comentários os mais diversos. Atenciosamente, Helô.
[[[Revisei o Livro da Jângal [a história do Mowgli], adorei, rs! Deveria ter lido quando era pequena, mas até que valeu para minha fase quase balzaquiana e nostálgica... Recomendo só para quem tiver tempo! [Já aviso que o desenho não é a mesma coisa! :o(]]]]

19 de agosto de 2005

Ai de mim...

ACABEI de chegar da USP, reencontrei gente bacana, muita conversa, um cafezinho gostoso... Nostalgia e novidades, muito bom! No caminho pra casa começou a tocar uma música que eu acho linda, o Frejat cantando [não sei se a música é só dele ou dele no Barão Vermelho], bem romântica e que eu num sei o nome, deve ser "Procuro um amor", algo desse tipo.
ADORO músicas românticas [aquelas bem bregas] e filmes românticos [aqueles bem óbvios, com finais felizes]. [mas não gosto de literatura romântica, daí já é demais! [rs]] Digam pra mim, por favor, se poderíamos não gostar de versos como: "Você me ligou naquela tarde vazia / e me valeu o dia..."; "Estranho seria se eu não me apaixonasse por você / O sal viria doce para os novos lábios... Seu All Star azul combina com o meu preto de cano alto..." ; "...Quem depois voltou / Ao amor ao sorriso e à flor / Então tudo encontrou / E a própria dor / Revelou o caminho do amor e a tristeza acabou..."; "Como eu sou o girassol / você é meu sol, uh-uh-uuuuuh "? Ah, é tão verdadeiro! Mesmo que passageiros, esses sentimentos existem! Como diria Bethânia, Gal, Gil e Caetano: é lindo!
NESSE mundo do cada um por si, tão individual e confuso, é bom [senão reconfortante, um cafezinho diário, mesmo!] manter um pouco da ingenuidade e não perder nem a gentileza nem as esperanças. Sonhar de vez em quando faz bem também; já dizia Freud: no inconsciente está a sua essência. [rs, certamente inventei isso.] Resumindo, acho que me descobri uma romântica incurável, é isso!
[[Observação importante: pessoal, meu computador está em vias de entrar em uma outra dimensão... snif! I'll be back quando ele ressuscitar... Me aguardem! Bom fim de semana para todos!]]

17 de agosto de 2005

Quanta bobagem!

CÁ com meus botões, estava eu pensando quanta bobagem escrevi no post anterior. Pois sim, comparar uma forma simples de viver com a vida dos dois andarilhos, faça-me o favor! Um retrato da miséria, da falta de escolha e de oportunidades, da desigualdade social. E o cenário reforça tudo: a Previdência Social. É certo que a imagem dos dois veio à minha mente enquanto escutava o professor, mas vou explicar melhor: não foi nada mais que minha interpretação romantizada da vida deles.
CONFESSO, minha cabeça é afeita a fantasias e crio histórias, que até os deuses duvidam, em menos de dois segundos. Se um dia estiver conversando comigo e minha expressão não for condizente com o que está sendo dito, tenha certeza de duas coisas:
1) Estou ouvindo atentamente o que diz.
2) Paralelamente estou pensando em alguma coisa que não tem nada a ver com o que ouço.
A ÚNICA explicação científica que posso dar é aquela que diz que as mulheres conseguem fazer duas coisas ao mesmo tempo. Tem uma outra também, mas essa eu vou deixar pra lá! [já dizia a música: "...mais louco é quem me diz /e não é feliz / não é feliz..."] [Quanta bobagem!]
JÁ que estou falando de bobagens, visitem este link(http://www.trama.com.br/portalv2/noticias/index.jsp?id=17450) e me digam depois o que acharam dos pensamentos deste óóótemo artista, primeira linha, pensamento abstrato, tão abstrato que é quase impossível adentrar seus pensamentos [rs infinitos]. Não bastava a expressão na música, quis também fazer parte dos Anais Literários...
DESCULPEM-ME desde já, achei injusto compartilhar essa (des)informação só com uma pessoa. Desculpem-me, também, se gostam dele; gosto não se discute e o meu não é dos melhores. Tudo isso me leva a concluir que, na rede, pode-se produzir qualquer tipo de lixo e considerá-lo um pensamento, um texto literário, arte. E é claro que eu me incluo nessa bobageada toda! [rs estratosféricos]
[[Anonymous Segundo: você fez natação comigo ou estudou comigo? Morou no mesmo prédio que eu? Puxa, não achei fácil de adivinhar não... Mas gostei de todo o seu respeito! [rs] Dê mais dicas ou assine seu nome, pliz.]]
[[[Mafê, cadê você? Anonymous, você também, cadê?]]]

16 de agosto de 2005

Nem mais nem menos

HÁ alguns anos, estava eu no trânsito, exatamente na Rua Butantã, em frente ao INSS. Tudo parado [inclusive o INSS], não se saía do lugar, comecei a olhar para os lados. Eis que vejo dois homens carregando suas sacolas, quietos, andando lado a lado no mesmo passo. Pararam, puseram as sacolas no chão, concordaram com a cabeça e começaram a tirar as coisas de lá de dentro. Tudo o que precisavam para viver [viver dessa maneira, na rua... mas via-se que, nesse caso, tinha sido feita uma escolha] estava lá: nem mais nem menos. Arrumaram seus cobertores no chão, se ajeitaram e dormiram.
SÁBADO fui ouvir uma palestra de um professor de Yoga, o sr. Shimada, um japonês de cerca de 80 anos. Ele ia falar sobre sua peregrinação na Índia, mas acabou falando de como complicamos nossas vidas, sempre queremos mais e mais, somos eternos insatisfeitos. Claro que não foi a primeira vez que ouvi isso, mas, nesse momento, me lembrei dos dois andarilhos da Rua Butantã. Simplificar é muito mais difícil que complicar, exige muita coragem: nem mais nem menos.
[[Estou ouvindo a trilha sonora do filme O pianista: excelente, como o filme. Muito Chopin interpretado pelo polonês Janusz Olejniczac e a última pelo próprio protagonista, Wladislaw Szpilman.]]

11 de agosto de 2005

Science explica

"... COMECEI a pensar / Que eu me organizando posso desorganizar / Que eu desorganizando posso me organizar..."

10 de agosto de 2005

Totalmente lost in translation

ACORDO às 6h, para sair às 7h30. Saio às 8h08, chego ao destino às 8h42. Viro a maçaneta e a surpresa: porta trancada. Opção: ler o que não havia lido na biblioteca. Antes 2 pães de queijo e um café. [mas eu só queria um pão de queijo...]
DOCUMENTO, chave, cadeado. Subo as escadas, tudo mudou: onde estão os livros? Até que é bom, pensei, não vou descobrir nada mais interessante que a educação jesuítica.
9h10: sento numa das "baias", ponho os textos na minha frente. Leio, 1, 2, 3, 4, 5, 6...15 páginas: os olhos começam a fechar.
9h45: seguro a cabeça com a mão esquerda, assinalo o texto com a direita, tiro os óculos com a direita também; de repente os olhos fecham. Abro os olhos, levanto a cabeça [que já havia caído, o rosto todo marcado com listas.], olho as horas no celular, 11h! Tenho compromisso às 11h30...
LEVANTO, arrumo minhas coisas, desço as escadas: detector de livros, armário, chave-cadeado, bolsa, cadeado-chave, chave, identidade. Almoço, mais um café, presente do pai. Casa, e-mail, blog, desenhos. Horóscopo: mantenha a organização como meta. Muita bagunça poderá prejudicar o desenvolvimento de suas tarefas. Encare-as não como obrigações, é preciso se organizar! Ok, entendido! Meditação às 18h, para pôr a cabeça no [ou em algum?] lugar.
*****************
SONHEI que estava fazendo faculdade de Medicina e o sonho envolvia o número 2.720. Aproveitem e joguem no bicho ou na sena, ou na loto. A soma é mágica: 11. Acho que vale à pena! [rs]
[[Caiu em minhas mãos um cd de Wayne Shorter, Footprints live! Visitem e ouçam trechos (http://vervemusicgroup.com/product.aspx?ob=disc&src=art&pid=10687). Um comentário deixado no site diz quase tudo: "I don't have to listen to this cd and already now I can say that it is something absolutely beyond the words (...) it was my strongest experience with live music - not jazz only, it was about life, about us, relationships..." A pessoa (anonymous) é russa, por isso alguns errinhos no inglês. O que interessa é que música é universal e essa caiu muito bem.]]

7 de agosto de 2005

"O homem dividido em dois pela gota d'água"

NUNCA havia pensado na expressão "essa foi a gota d'água". Quando a gota d'água cai, ela nos tira da inércia e nos divide em dois, o antes e o depois (rs)! O homem [ser humano] dividido em dois pela gota d'água. Esse é o título que Evandro Carlos Jardim dá a uma de suas gravuras expostas na Pinacoteca do Estado, e um dos melhores títulos que já vi.
CONHECI um pouco desse gravador num curso sobre a história da gravura brasileira na USP, em 2000 e alguma coisa. O que me impressionou, no que vi então, não foi a técnica, mas a sensibilidade que transparecia em seus desenhos. Uma das gravuras apresentadas pela professora se chamava "I. S. km 23, sobre o vôo dos pássaros comuns" [outro título felomenal!], imagem sensível, delicada e forte.
ONTEM, depois de ter conhecido mais de seu trabalho, pude perceber um artista que faz uma releitura de sua obra e de si mesmo constantemente. O que, de fato, é o que nós fazemos todos os dias, para ele parece ser um meio de inserir seu mundo particular dentro do caos do mundo real. Seu modo único, por que seu, de ver a vida na cidade me encantou.
*************************
ALÉM da exposição dele, tinha quatro exposições fotográficas (uma sobre os sete pecados capitais; outra sobre umas folhas [não captei a mensagem...]; uma terceira de fotos do dono da Fotóptica; uma quarta sobre Havana); uma retrospectiva de um artista italiano Alfredo X [sou péssima com nomes...] e o lançamento de um livro de um artista Y regado a champagne, caviar e chorinho, com muitas pessoas chiques e vários, vários, vários guarda-costas.
ENQUANTO tomava um cafezinho de frente para a porta [para poder ver o movimento dos chiques e famosos, rs], um dos guarda-costas [de 2 m de altura, segurando um pedaço, proporcional ao seu tamanho, de torta de limão] olhava o movimento, falava num radinho e depois olhava de rabo-de-olho pra minha cara. Logo pensei: ele acha que eu sou uma terrorista? Uma mulher-bomba? Será? Será? Comecei a rir por dentro, pois se eu sorrisse ou fizesse algum movimento suspeito, ele pensaria que eu estava prestes a cometer um atentado contra o artista Y, de +/- 50 anos, cabelos negros, compridos e presos num rabo-de-cavalo [Grecin 2000 para homens], que sorria o tempo todo e que, num dado momento, pediu a seus ilustres convidados que fizessem uma roda.
ESSA foi minha deixa para chegar perto e ouvir o discurso. Não consegui ouvir nada, só vi as pessoas concordando com a cabeça e depois vieram as palmas. Achei tudo surreal, dei meia-volta e vi que do meu lado estava um moço que eu conhecia, mas não sabia de onde.
EU, com toda essa minha sutileza, virei para o moço e disse: "Oi, te conheço mas não sei de onde." [o vermelho básico se instalou nas minhas bochechas e de lá não quis sair... rá-rá-rá!] Quando, então, me surpreendi com a resposta: "Eu também te conheço, mas não sei de onde." [daí o vermelho básico se instalou nas bochechas dele... ótimo, ele é tímido!] Um minuto de silêncio e lá fui eu com a sutileza de uma elefoa, fazendo perguntas, até que descobrimos de onde nos conhecíamos e eu soltei um: "Ah, legal! Então tá bom, a gente se encontra por aí!" e fui embora. Detalhe: nem perguntei o nome dele, rrá, rrrá, rraaá... [o que que acontece comigo?]
BOM, contei tudo isso para dizer algumas coisas:
1) Vão à Pina ver todas as exposições, mas principalmente a do Evandro Carlos Jardim.
2) Tomem um cafezinho depois, se quiserem me convidar, aceito!
3) Essa minha timidez é muito louca, mas eu sou só esquisita! [rs] Minha irmã me recomenda tomar sempre uns florais, vou providenciá-los amanhã!
BOA semana para todos e muitos cafezinhos!
[[O primeiro comment feito neste blog foi um dos responsáveis por eu ter continuado a escrever aqui. Anonymous, seja lá quem você for, o blog é minha homenagem ao seu incentivo. Mas Anonymous, quem é você? Eu te conheço de algum lugar, mas não sei de onde...]]

5 de agosto de 2005

A solução longe de ser a ideal

FIZ minha matrícula em alguns cursos intensivos. Listá-los-ei:
1) Curso de ação e reação imediata.
Objetivo: Neste curso você aprenderá a reagir imediatamente quando uma ação desgovernada lhe atingir. [as descrições desses cursos muitas vezes não são das melhores... mas este, especificamente, me foi altamente recomendado.]
2) Curso de português vulgar.
Objetivo: Aprender a dizer palavras de baixo calão, principalmente em situações-limite. [nada de mandar ir catar coquinho no meio da estrada ou de chamar a pessoa de cocozona (ão). neste curso, o negócio é brabo.]
3) Curso de como esquecer a gentileza e a consideração quando uma bigorna cai na sua cabeça.
Pré-requisitos: Curso de ação e reação imediata e de português vulgar.
Objetivo: Aprender a se desviar e, se o desvio não ocorrer, utilizar os ensinamentos dos cursos anteriores.
4) Curso de como não se arrepender se a gentileza e o cuidado forem esquecidos e a reação só ocorrer muitas horas depois de a bigorna ter caído na sua cabeça.
Objetivo: Saber pedir desculpas.
Será que ajuda se for em mais de um idioma? Eu pesquisei na Internet... :o(
Désolée! / I'm sorry! / !Perdón! / Berouwvol! / Mi dispiace! / Kaumaha, minamina! [tudo isso x 10.]
ESPERO que as desculpas sejam aceitas... É sempre bom lembrar que por trás desses óculos e dessa cara de criança [criança não, adolescente, rs!] corre intensamente sangue pelas veias. Este sangue às vezes entra em ebulição. Fica muito tempo em fogo baixo, mas quando ferve, ferve!
ENTÃO, mon ami, desculpas aceitas? ;o)

2 de agosto de 2005

"Louis, this is the beginning of a beautiful friendship"

HOJE passei o dia pensando num filme antigo, que não vejo há muito tempo, o 84 Charing Cross Road (ou Nunca te vi, sempre te amei). É a história de uma escritora americana que se corresponde durante vinte anos com o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começa pelo fato de Helene (a escritora) adorar livros raros que ela não encontra em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta, para uma pequena livraria em Londres, a levaria a iniciar uma correspondência afetuosa com Frank (o gerente da loja). Neste período uma amizade muito especial surge entre os dois e, quando ela finalmente resolve conhecê-lo pessoalmente e vai até Londres, descobre que ele havia morrido.
ENTÃO, logo me veio à mente as relações virtuais dos tempos modernos: o orkut e o msn. Nunca acreditei em relações puramente virtuais, até pouco tempo.
SOBRE o ORKUT: minha resistência contra ele não durou mais que uma semana e, querendo ou não, encontrei virtualmente e realmente muitas pessoas queridas. Como tudo na vida, o orkut tem seu lado bom e seu lado mau. O lado bom é o que já falei, encontrar velhos amigos. O lado mau é muito maior e o pior de todos os males é a taxa crescente de desemprego entre os detetives. Pois sim, você pode descobrir muitas coisas sobre a vida de uma pessoa e pegar mentiras no pulo.
SOBRE o MSN: me rendi a esse programinha só para fofocar com uma amiga. Daí, um dia, não tão por acaso, encontrei uma pessoa que, como Helene e Frank, tinha interesses, pensamentos e gostos muito parecidos com os meus. A afinidade eletiva existe e quem já não sentiu empatia por uma pessoa logo que a conheceu? No entanto, cuspindo no prato que comi e condenei bravamente, aqui falo de uma relação puramente virtual como a de Helene e Frank, mas adaptada aos tempos de hoje. [as cartas que trocavam demoravam a chegar, quando não extraviavam. msn é virtual, mas em tempo real.]
SIM, tenho um amigo virtual. [Amigo mesmo, não há sexo virtual envolvido nessa relação (rs).]Ele sabe muitas coisas sobre mim, eu sei muitas coisas sobre ele, mas nós não nos conhecemos realmente. Somos velhos-novos amigos. Que coisa mais maluca é essa, penso sempre. Nem sei como é o rosto dele, pois só o "vejo" de perfil. [não sei se na foto é ele mesmo...] A voz então, só na imaginação. As expressões modernas das emoções são passadas por carinhas chamadas emoticons [com as quais sempre me divirto, confesso!], instrumento que não pode ser usado por Helene e Frank, mas que nós temos o privilégio de usá-lo.
SERÁ que vamos passar vinte anos nos comunicando somente pelo computador? Tudo me leva a crer que sim. Em time que está ganhando não se mexe, dizem.

1 de agosto de 2005

E assim, keep on dreaming

ESTAVA eu na Fnac olhando os cds, como quem não quer nada, xeretando o fundo das prateleiras, sempre como quem não quer nada, e acabei achando um sujeito com um nome sugestivo para essa minha fase romântica, um nome de mistura oriental Amos (Oz) (Bruce) Lee, mas pensei primeiro no nome AMOS, soma, é o amooor.
NA contracapa (é assim para cds?), o selo da Blue Note e o nome do baixista da Norah Jones, Lee Alexander, como produtor. Não deu pra ler os nomes das músicas, tinha o bendito selo contra roubo bem em cima. Pensei, dentro da minha lógica especial: Blue Note está para a CosacNaify, assim como o certo está para o certo. Ou seja, não tem erro. [E eu adoro Norah Jones.] Comprei o cd.
ENTREI no carro, tirei o plástico, dei uma olhada no encarte. [o qual, aliás, é bonito. as letras das músicas estão escritas com a letra dele (suponho), dá uma sensação de intimidade, é engraçado!] Alguns nomes de músicas bem sugestivos como Keep it loose, keep it tight, Seen it all before, Give it up, Soul suckers, Black river, Love in the lies me fizeram pensar: esse cd deve ser melancólico.
E é mesmo. A começar pela voz dele: suave, bonita, sussurrada às vezes (rs), com um ar de tristeza até nas músicas mais rápidas... ai, ai, ai... Daí vêm as letras das músicas e você pensa: que vontade de pegá-lo no colo, dar o ombro pra ele chorar... ai, ai, ai... Esse rapaz sofreu, porque não dá pra escrever o que ele escreveu sem ter visto de perto qual que é. Além do sofrimento tem a esperança e a ingenuidade, it's the blues, babies.
AÍ embaixo está a letra da música 5, uma das que mais gostei:
Dreamin’
My soul is as open as the sky / Often time it’s just as blue / People tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / Now everybody want to treat me like a house fly / Turn me around and tell me to shoo / They want to tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / Every moral has a story / Every hand needs a glove / Sometime it’s for the glory / Ah, but mostly, it’s for the love / It’s the love - It’s the love / It’s the love that pulls me through / So when they tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / That’s just what I’m gonna do
PESSOAL, por hoje é só! Esses dias escreverei sobre a minha viagem, muitas figuras no caminho, dá até um livro.
[VALE à pena conferir o site, ainda inacabado, mas que nos permite ouvir três de suas músicas: www.amoslee.com.]
[[Mafê, obrigada por sempre comentar os posts. Coincidência mesmo estarmos nas cidades de Juscelino e Niemeyer, porque, definitivamente, BH foi um começo de uma grande amizade entre os dois.]]

28 de julho de 2005

HB em BH

HOJE vai ser só um golinho...
ESTOU em BH. Encontrei Niemeyer e Juscelino em todos os lugares: prédios, ruas, igrejas, escolas, e conheci a camareira Juscelina e o recepcionista Oscar. BH é a quarta maior cidade do Brasil e, se eu não gostasse tanto de SP, escolheria morar aqui. Uma tranqüilidade, limpeza, é uma cidade organizada e, o melhor, em um dia em que o tráfego esteja intenso, você perde 10 minutos. Fora as centenas de pequenos cafés e livrarias das esquinas.
BOM, é só um golinho mesmo. Depois conto mais. Glup (rs)!

26 de julho de 2005

"J'ai deux amours"

UN petit hommage à un ami pour lui dire que quelques rêves sont des folies qu'on peut transformer en réalité sans perdre la tête...

On dit qu'au delà des mers / Là-bas sous le ciel clair / Il existe une cité / Au séjour enchanté / Et sous les grands arbres noirs / Chaque soir / Vers elle s'en va tout mon espoir / J'ai deux amours / Mon pays et Paris / Par eux toujours / Mon cœur est ravi / Ma savane est belle / Mais à quoi bon le nier / Ce qui m'ensorcelle / C'est Paris, Paris tout entier. / Le voir un jour / C'est mon rêve joli / J'ai deux amours / Mon pays et Paris. / Quand sur la rive parfois / Au lointain j'aperçois / Un paquebot qui s'en va / Vers lui je tends les bras / Et le cœur battant d'émoi /A mi-voix / Doucement je dis "emporte-moi!" / J'ai deux amours...
...au moins sans la perdre totalement... [Suis-je en train de perdre la raison? ;o)]

25 de julho de 2005

Livros e leituras I – Pop ou Se o Papa era Pop, logo ser Pop não é pecado

QUEM me conhece sabe que por trás desses óculos e da minha cara de intelectual, existe uma alma Pop. Na infância O menino maluquinho, Marcelo, marmelo, martelo e, sobretudo, os gibis da turma da Mônica eram os meus clássicos. Na adolescência passei a ler os livros do Marcelo Rubens Paiva e os de aventura e policiais. O que mais gostei do M. R. Paiva não foi Feliz ano velho, mas sim Blecaute. [Nunca ouvi alguém falar que leu e gostou desse livro, mas sempre tem uma primeira vez.] Dos policias, Rubem Fonseca me apresentou o submundo e todo o seu contexto. [Gostei e gosto, mas hoje outras coisas atiçam minha agressividade interior, huhuhu.]
AGORA, como uma volta à infância, recuperei o gosto pelos quadrinhos e livros que ajudam a desanuviar a mente. Os mangás de Osamu Tezuka sobre a vida de Buda Sakyamuni (14 vol., Conrad Livros, http://www.lojaconrad.com.br/produto.asp?id=349) são lindos e, apesar de falarem sobre a vida da Índia de +/- 506 a. C., não falam de outra coisa que o mundo de hoje. O outro elixir desanuviador é o livro de Nick Hornby, Songbook (Riverhead Books), o qual peca somente na falta de um cedezinho. [Nada que um download internético não resolva.] Nick Hornby e Osamu Tezuka estão no topo minha lista de Top livros Pop do momento. Leiam e se divirtam. Quero também sugestões!
[Estou ansiosa por ver a adaptação de Em busca do tempo perdido, de Proust, para os quadrinhos. A idéia de tornar Proust pop é genial e o projeto vai até 2020.]

23 de julho de 2005

Mclancolia feliz

QUANDO pensei que minha jornada já tivesse acabado, tive uma bela surpresa domingo último. Aquela velha história continua a mesma, eu já havia constatado isso antes, mas é uma pena.
DAÍ, resolvi me indignar por dois dias, pois mais que isso não me era digno.
BOM, de saldo veio a melancolia. Parece ruim, mas é bom: melancolia no bom sentido e ele existe, acreditem! Por exemplo: voltei a gostar de Djavan, de achar sentido em suas letras, e isso tinha se perdido, tava lá no fundo do baú... Fora todas as comédias românticas a que assisti esses dias: When Harry met Sally, Little Women, High Fidelity (of course), You've Got Mail, Le fabuleux destin d'Amélie Poulain, Chocolat, As good as it gets [o último, aliás (prestem atenção rapazes!), tem a melhor frase que um homem pode dizer a uma mulher (cabe a vocês decobrirem qual é)].
ENTÃO, para alimentar essa felicidade mascarada, fui ao cinema ver Batman Begins, herói mais melancólico não existe! [Adorei e recomendo, o melhor de todos eles.] Saí do cinema pensando: meu, cara mais complicado que esse existe! E eu conheço! Só rindo pra num chorar...
... AGORA, a semana chega ao fim, mais melancólica-feliz que nunca, com Neil Young, sua Harvest Moon, e uma xícara de café.

28 de junho de 2005

Passando o passado a limpo

Há alguns anos resolvi passar o passado a limpo, uns 3 anos e meio. Sabem como é, completar lacunas, descobrir os efeitos causados, retomar histórias. Terminei minha jornada há 1 mês, graduada com louvor. Claro que nada aconteceu como eu esperava (a Lei de Murphy foi aplicada seriamente no meu caso).

Resultados:

1) O passado passou do ponto.
2) A memória nos prega peças; então, a boa memória não serve pra nada.
3) Quem anda pra trás é caranguejo.
4) A síndrome de Peter Pan não atacou somente Michael Jackson.
5) "O tempo passa, o tempo voa..." e nem a poupança Bamerindus existe mais!

O melhor é deixar o novo chegar!

Créditos: Se não fosse a alta tecnologia, nada disso poderia ter acontecido.

18 de fevereiro de 2005

Primeira xícara

Decidi escrever num blog e nem sei o porquê. Bom, já posso adiantar que será sobre banalidades. Acho. Num sei. Vamos ver no que vai dar.