5 de agosto de 2005

A solução longe de ser a ideal

FIZ minha matrícula em alguns cursos intensivos. Listá-los-ei:
1) Curso de ação e reação imediata.
Objetivo: Neste curso você aprenderá a reagir imediatamente quando uma ação desgovernada lhe atingir. [as descrições desses cursos muitas vezes não são das melhores... mas este, especificamente, me foi altamente recomendado.]
2) Curso de português vulgar.
Objetivo: Aprender a dizer palavras de baixo calão, principalmente em situações-limite. [nada de mandar ir catar coquinho no meio da estrada ou de chamar a pessoa de cocozona (ão). neste curso, o negócio é brabo.]
3) Curso de como esquecer a gentileza e a consideração quando uma bigorna cai na sua cabeça.
Pré-requisitos: Curso de ação e reação imediata e de português vulgar.
Objetivo: Aprender a se desviar e, se o desvio não ocorrer, utilizar os ensinamentos dos cursos anteriores.
4) Curso de como não se arrepender se a gentileza e o cuidado forem esquecidos e a reação só ocorrer muitas horas depois de a bigorna ter caído na sua cabeça.
Objetivo: Saber pedir desculpas.
Será que ajuda se for em mais de um idioma? Eu pesquisei na Internet... :o(
Désolée! / I'm sorry! / !Perdón! / Berouwvol! / Mi dispiace! / Kaumaha, minamina! [tudo isso x 10.]
ESPERO que as desculpas sejam aceitas... É sempre bom lembrar que por trás desses óculos e dessa cara de criança [criança não, adolescente, rs!] corre intensamente sangue pelas veias. Este sangue às vezes entra em ebulição. Fica muito tempo em fogo baixo, mas quando ferve, ferve!
ENTÃO, mon ami, desculpas aceitas? ;o)

2 de agosto de 2005

"Louis, this is the beginning of a beautiful friendship"

HOJE passei o dia pensando num filme antigo, que não vejo há muito tempo, o 84 Charing Cross Road (ou Nunca te vi, sempre te amei). É a história de uma escritora americana que se corresponde durante vinte anos com o gerente de uma livraria especializada em edições raras e esgotadas. Tudo começa pelo fato de Helene (a escritora) adorar livros raros que ela não encontra em Nova York. Só que ela não poderia imaginar que uma carta, para uma pequena livraria em Londres, a levaria a iniciar uma correspondência afetuosa com Frank (o gerente da loja). Neste período uma amizade muito especial surge entre os dois e, quando ela finalmente resolve conhecê-lo pessoalmente e vai até Londres, descobre que ele havia morrido.
ENTÃO, logo me veio à mente as relações virtuais dos tempos modernos: o orkut e o msn. Nunca acreditei em relações puramente virtuais, até pouco tempo.
SOBRE o ORKUT: minha resistência contra ele não durou mais que uma semana e, querendo ou não, encontrei virtualmente e realmente muitas pessoas queridas. Como tudo na vida, o orkut tem seu lado bom e seu lado mau. O lado bom é o que já falei, encontrar velhos amigos. O lado mau é muito maior e o pior de todos os males é a taxa crescente de desemprego entre os detetives. Pois sim, você pode descobrir muitas coisas sobre a vida de uma pessoa e pegar mentiras no pulo.
SOBRE o MSN: me rendi a esse programinha só para fofocar com uma amiga. Daí, um dia, não tão por acaso, encontrei uma pessoa que, como Helene e Frank, tinha interesses, pensamentos e gostos muito parecidos com os meus. A afinidade eletiva existe e quem já não sentiu empatia por uma pessoa logo que a conheceu? No entanto, cuspindo no prato que comi e condenei bravamente, aqui falo de uma relação puramente virtual como a de Helene e Frank, mas adaptada aos tempos de hoje. [as cartas que trocavam demoravam a chegar, quando não extraviavam. msn é virtual, mas em tempo real.]
SIM, tenho um amigo virtual. [Amigo mesmo, não há sexo virtual envolvido nessa relação (rs).]Ele sabe muitas coisas sobre mim, eu sei muitas coisas sobre ele, mas nós não nos conhecemos realmente. Somos velhos-novos amigos. Que coisa mais maluca é essa, penso sempre. Nem sei como é o rosto dele, pois só o "vejo" de perfil. [não sei se na foto é ele mesmo...] A voz então, só na imaginação. As expressões modernas das emoções são passadas por carinhas chamadas emoticons [com as quais sempre me divirto, confesso!], instrumento que não pode ser usado por Helene e Frank, mas que nós temos o privilégio de usá-lo.
SERÁ que vamos passar vinte anos nos comunicando somente pelo computador? Tudo me leva a crer que sim. Em time que está ganhando não se mexe, dizem.

1 de agosto de 2005

E assim, keep on dreaming

ESTAVA eu na Fnac olhando os cds, como quem não quer nada, xeretando o fundo das prateleiras, sempre como quem não quer nada, e acabei achando um sujeito com um nome sugestivo para essa minha fase romântica, um nome de mistura oriental Amos (Oz) (Bruce) Lee, mas pensei primeiro no nome AMOS, soma, é o amooor.
NA contracapa (é assim para cds?), o selo da Blue Note e o nome do baixista da Norah Jones, Lee Alexander, como produtor. Não deu pra ler os nomes das músicas, tinha o bendito selo contra roubo bem em cima. Pensei, dentro da minha lógica especial: Blue Note está para a CosacNaify, assim como o certo está para o certo. Ou seja, não tem erro. [E eu adoro Norah Jones.] Comprei o cd.
ENTREI no carro, tirei o plástico, dei uma olhada no encarte. [o qual, aliás, é bonito. as letras das músicas estão escritas com a letra dele (suponho), dá uma sensação de intimidade, é engraçado!] Alguns nomes de músicas bem sugestivos como Keep it loose, keep it tight, Seen it all before, Give it up, Soul suckers, Black river, Love in the lies me fizeram pensar: esse cd deve ser melancólico.
E é mesmo. A começar pela voz dele: suave, bonita, sussurrada às vezes (rs), com um ar de tristeza até nas músicas mais rápidas... ai, ai, ai... Daí vêm as letras das músicas e você pensa: que vontade de pegá-lo no colo, dar o ombro pra ele chorar... ai, ai, ai... Esse rapaz sofreu, porque não dá pra escrever o que ele escreveu sem ter visto de perto qual que é. Além do sofrimento tem a esperança e a ingenuidade, it's the blues, babies.
AÍ embaixo está a letra da música 5, uma das que mais gostei:
Dreamin’
My soul is as open as the sky / Often time it’s just as blue / People tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / Now everybody want to treat me like a house fly / Turn me around and tell me to shoo / They want to tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / Every moral has a story / Every hand needs a glove / Sometime it’s for the glory / Ah, but mostly, it’s for the love / It’s the love - It’s the love / It’s the love that pulls me through / So when they tell me to keep on dreaming / That’s just what I’m gonna do / That’s just what I’m gonna do
PESSOAL, por hoje é só! Esses dias escreverei sobre a minha viagem, muitas figuras no caminho, dá até um livro.
[VALE à pena conferir o site, ainda inacabado, mas que nos permite ouvir três de suas músicas: www.amoslee.com.]
[[Mafê, obrigada por sempre comentar os posts. Coincidência mesmo estarmos nas cidades de Juscelino e Niemeyer, porque, definitivamente, BH foi um começo de uma grande amizade entre os dois.]]