25 de julho de 2007

Um café e uma pista, por favor.

"– Desde quando você gosta de coffee?
– Desde que te conheci!
– Ai, bonito! Então vou cantar uma música da Gloria Gaynor!"

Seja lá o que café tenha a ver com Gloria Gaynor, começou a cantoria na mesa ao lado. Eu, tentando ler. O escritor, à minha frente, tentando escrever: duas canetas, um caderno e um maço de cigarros.

Impossível não prestar atenção nos rapazes, muita alegria e agudos fenomenais! Ele também está prestando atenção nos rapazes cantantes. Será que os transformará nos próximos personagens principais de um best-seller? Um deles tem toda a pinta de serial killer, dândi feito o protagonista de Frenesi. O outro pode ser a primeira vítima da série, porque lhe falta um quê de personalidade.

E o escritor não pára de escrever e está tentando ver o que estou lendo. Já sei! Vou dizer o que estou lendo, se ele deixar eu ler o que está escrevendo. Porque ele tem um sorriso pregado no rosto enquanto escreve. Troca justa. Vou lá! Chegou meu café. Minha curiosidade vai ter de esperar o café acabar.

Tarde demais, faltam 5 para as 9. A sessão de Uma verdade inconveniente vai começar. Ele fecha o caderno, levanta, pega as duas canetas, as põe no bolso junto ao maço de cigarro, me dirige um sorriso e se dirige à sala, acompanhado da alegria dos dois que agora não cantam, falam sobre La Dolce Vita:

"–Ai, não existem mais mulheres como Anita Ekberg! Que busto! [busto? educados... :o)]
–Nem homens como Marcello Mastroianni! Que...
[juntos] – Ah-rá-rá-rá-rá-rá-rá!"

[[O que será que eles sabem sobre o Marcello Mastroianni? :o)]]