Confesso, sinto uma inveja futebolística: os jogadores de futebol têm o tempo certo pra jogar a toalha. Tá lá, determinado: 45 do primeiro tempo, 45 do segundo. É matemático, lógico, racional, como tem que ser um jogo.
Não nasci com o talento de chutar uma bola. Já caí uma vez tentando e minha segunda tentativa resultou em uma unha roxa. Daí me explicaram que se chuta a bola com a parte de dentro do pé, ou com a de fora. Tarde demais, minha unha já tinha até caído. Então, cada vez que via um jogo, me dava uma dor no pé que eu decidi ignorar a existência do futebol.
E estava aí meu erro.
Futebol é muito mais que um jogo, é um treino na arte do jogar agressivo, estratégico, racional, macho. Tudo bem prático, é ou não é, 8 ou 80. As regras não têm exceção dentro do tempo do jogo. Cartão amarelo [atenção!], cartão vermelho [expulsão!]. Num gostou, chuta ou empurra, grita e solta seu estoque de xingamentos. A hora predita de se jogar a toalha está lá, varia no máximo 5 minutos. E nos 45 do segundo tempo, na hora de se jogar a toalha, de tirar o time de campo, você vai ter o resultado, bom ou não para seu time. Resultado inflexível e binário da paixão nacional.
Esse era o aprendizado que eu teria adquirido. Mas eu preferi participar da natação, deu no que deu!
Um comentário:
Futebol = metáfora para a vida!
Claro que quem fala isso (eu, inclusive) são os admiradores da "paixão nacional".
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